Inclusão Digital
Conceito de inclusão digital, a partir da preocupação com a garantia do direito de acesso à informação, nesta perspetiva, “a inclusão digital deve ser vista sob o ponto de vista ético, sendo considerada como uma ação que promoverá a conquista da ‘cidadania digital’ e contribuirá para uma sociedade mais igualitária, com a perspetiva da inclusão social”.
O conceito de exclusão digital é defendido em seu sentido alargado, com o objetivo de superar a prática de incluir, via formação de mercado consumidor de produtos informáticos e se encaminhar na perspetiva da conquista da autonomia.
Trata-se da denúncia dos processos que impedem a maioria da população de poder aceder plenamente à cultura digital, ou apenas “as instâncias mais recentes da velha exclusão social e económica”. As políticas de combate à exclusão devem “evitar o surgimento de novas pendências provocadas pelo consumo de informações e serviços de comunicação concebidos e produzidos em uma época puramente comercial ou imperial”.
Neste sentido, a universalização do acesso, entendida apenas como parte do processo de inclusão digital, é um instrumento para diminuir os prejuízos sociais, do ponto de vista da luta por igualdade e justiça.
Diante destas reflexões, é possível notar a disputa em torno do conceito de inclusão digital, por um lado, compreendido pelas forças hegemónicas como instrumento de qualificação dos sujeitos para o mercado de trabalho, formação de mercado consumidor de novas tecnologias ou alfabetização digital e, por outro, visto no sentido do alfabetização digital, a partir das suas possibilidades de formação para o uso crítico das TDIC ou possibilidades de empoderamento e desestabilização das relações de poder.