Empoderamento Tecnológico
Considerando a necessidade da fluência tecnológica para o pleno exercício da cidadania, na contemporaneidade, a inclusão digital torna-se, na educação de jovens e adultos, peça fundamental para o empoderamento dos sujeitos que retomam seu processo de escolarização, na medida em que lhes confere acesso às novas possibilidades de intervenção em sua realidade pessoal e social. No entanto, a interpretação freireana não é a única formulação em torno do conceito de empoderamento.
Trata-se também, de um conceito em disputa semântica e ideológica. Neste sentido, toda ação para inclusão digital, cujo objetivo seja inserir os sujeitos na cibercultura a fim de emancipá-los e de desequilibrar as relações de poder na sociedade, deve ser pensado como um movimento de classe, um movimento libertador.
Segundo Freire e Shor (1986), não basta empoderar um aluno ou um grupo de alunos, pois a emancipação pessoal não é suficiente, em uma perspetiva de educação para a transformação social.
A inclusão digital na educação de jovens e adultos, se configurada como ação cultural para libertação, poderá ter um impacto significativo na vida social dos sujeitos adultos reinseridos no espaço escolar.
Isto poderá ser viável, no entanto, se for compreendida a partir de uma perspetiva não compensatória, que tenha como base o sentido pleno de educação ao longo da vida. Se dotada desta significação, ela possivelmente permitirá reconhecer os sujeitos adultos como dotados da capacidade de aprender, de se incluir social e digitalmente e, portanto, de se empoderar, enquanto classe.